Traficante – Vai querer de quanto?
Homem – Não sei, tem de quanto?
Traficante – Tem de 15, de 30 e o galo.
Homem – Hum...o galo como é? Vem bastante?
Traficante – Vem recheado. Vai te deixar alegre por um bom tempo.
Homem – Sei. Mas talvez seja muito, to levando só pra uma pessoa.
Traficante – Então leva a de 15. Ou a de 30 logo, se você quiser impressionar de cara.
Homem – Sei não. Ficar andando com uma de 30 na rua pode ser meio arriscado também. Aqui nas redondezas é seguro?
Traficante – Mermão! Tu quer ou não quer a parada? Tem que ser na agilidade!
Homem – Tá bom, tá bom, então me dá uma de 30 mesmo.
Traficante – Toma aí. É tranqüilo, cara, só chegar junto, mas da próxima vez já vem decidido, se não eu não passo mais pra tu! Pode ficar enrolando não que é sujeira, valeu?
Homem – Valeu, cara, valeu.
Traficante – É nóis.
Chegando em casa...
Máquina – Você estava onde?
Homem – Olha só o que eu trouxe pra você!
Máquina – Nossa! Não acredito! Que lindas Orquídeas! Mas onde você conseguiu isso?
Homem – Eu subi no morro.
Máquina – No morro? Isso é tranqüilo?
Homem – É...mais ou menos, aquela coisa, né, mas tudo bem. Queria te fazer uma surpresa!
Máquina – Não acho isso legal, é perigoso. E se você roda? É preciso muita cautela!
Homem – Mas dá uma olhada pra essas Orquídeas! Deixa essa moralidade só um pouquinho de lado e sente esse cheiro...são únicas! Quase não tem químicos! Ouvi falar que eles plantam numa fazenda afastada, todo mês tem um carregamento. Você sabe que eu não faço isso sempre, mas ele me garantiu que era de ótima qualidade. Quis trazer uma pra você ficar feliz...
Máquina – Bom...realmente...são lindas mesmo! Então tá, deixamos assim: hoje vai, mas não faz mais isso sem me avisar antes. Se não eu fico assim, me desregulo um pouco. E não pode colocá-las na janela que os vizinhos podem ver.
Homem – Tá bom. Estamos combinados.
Máquina – Ah, mais uma coisa, passou na farmácia?
Homem – Passei sim, tá aqui comigo. Você quer um?
Máquina – Nossa, quero muito! Fiquei o dia inteiro sem fumar!
Muito bom meu caro!
ResponderExcluirE ainda tem farmácia no meio.
Abraços,
Guilherme
Se der visite:
ResponderExcluirsombras-ecos-e-reflexos.blogspot.com
Guilherme
Excelente ! Homem-máquina, leia a Espuma dos Dias (l'Ecume des jours) de Boris Vian, vai te dar matéria para o blog. V/
ResponderExcluirHomens são máquinas, drogas são remédios e flores são imorais, pra enlouquecer de vez só faltam os remédios virarem drogas hein.... er... ops... melhor deixar esse papo de lado vai... rsrsrs
ResponderExcluirAbraços
Pedro M