Acordei e lá estava ela. Como sempre, brincava com meus pensamentos e expunha minha natureza. Visões que não imaginava me pertencerem se revelavam e se repetiam. Perguntei, suplicando por uma resposta, qual ela fosse, num gesto desesperado - Por que me persegues? Por que me fazes teu eterno escravo sem chance alguma de alforria? Tudo que quero é descansar em paz... Ela apenas sorriu sem qualquer ingenuidade. Em toda sua pequenez, de forma meiga e infantil, ela tinha total conhecimento de seu poder sobre mim.
De súbito, senti-me petrificado na encruzilhada de um precipício, envolto por uma escuridão sem limites. Estávamos a sós neste breu, e, como uma anciã, virou-se em minha direção - Não há como te livrares do que sou, pois somos apenas um. És tu quem determinas o meu ser e as minhas ações. Quando não estás presente, compareço eu. Para que eu desapareça, é preciso fazê-lo consigo primeiro. Sem mim, tu não sobrevives. É 'humanamente' possível isso? Descontrolado, joguei-me abismo afundo na ânsia de repousar eternamente sem qualquer compromisso com a vida.
Realidade rasa é ilusão sóbria. Abri meus olhos repentinamente como quem escapa de um afogamento. Era mais um daqueles sonhos. Estava ensopado de suor. Ela não me perturbaria mais, pelo menos até a noite chegar. A insignificância diante da pessoa que eu representava era tamanha que me senti mais fraco, incapaz. Como haveria de lutar contra mim mesmo? E, afinal de contas, quem seria o vencedor? Como é possível ter alguém com tamanha habilidade dentro da minha cabeça, a ponto de tomar as rédeas quando bem entende sem meu consentimento?
Mesclei-me em mim mesmo. Tão logo, metade Homem, metade Máquina. Na razão do inexplicável perco de vista a mecanicidade dos afetos acumulados e encadeados. Desde então, passei a me lubrificar. Espero pelo inevitável, fecho os olhos e durmo novamente.
De súbito, senti-me petrificado na encruzilhada de um precipício, envolto por uma escuridão sem limites. Estávamos a sós neste breu, e, como uma anciã, virou-se em minha direção - Não há como te livrares do que sou, pois somos apenas um. És tu quem determinas o meu ser e as minhas ações. Quando não estás presente, compareço eu. Para que eu desapareça, é preciso fazê-lo consigo primeiro. Sem mim, tu não sobrevives. É 'humanamente' possível isso? Descontrolado, joguei-me abismo afundo na ânsia de repousar eternamente sem qualquer compromisso com a vida.
Realidade rasa é ilusão sóbria. Abri meus olhos repentinamente como quem escapa de um afogamento. Era mais um daqueles sonhos. Estava ensopado de suor. Ela não me perturbaria mais, pelo menos até a noite chegar. A insignificância diante da pessoa que eu representava era tamanha que me senti mais fraco, incapaz. Como haveria de lutar contra mim mesmo? E, afinal de contas, quem seria o vencedor? Como é possível ter alguém com tamanha habilidade dentro da minha cabeça, a ponto de tomar as rédeas quando bem entende sem meu consentimento?
Mesclei-me em mim mesmo. Tão logo, metade Homem, metade Máquina. Na razão do inexplicável perco de vista a mecanicidade dos afetos acumulados e encadeados. Desde então, passei a me lubrificar. Espero pelo inevitável, fecho os olhos e durmo novamente.
Fala, ex-companheiro de prédio, de vida e agora parceiro cibernético, fico feliz que tenha transformado demônios em criação verbal, palpável, paudurescente, vamos que vamos, abraço, do distante em escolhas da vida, mas não menos afeiçoado, Rafa.
ResponderExcluirlucas,
ResponderExcluirsabe o provérbio que diz "quem canta seus males espanta"? sempre achei que quem escreve seus males exorciza.
parabéns pelo bolg! continuamos trocando figurinhas...
beijoca,
karla
Olha ei aí
ResponderExcluirwww.youtube.com/watch?v=3T65NpyfPkQ
KRAFTWERK
MAN - MACHINE
V/
Caríssimo Lucas,
ResponderExcluirbom passar por aqui e saciar minha sede por boas palavras entrelaçadas.
Leo